28 setembro 2006

Intolerável!

Nem sei que mais dizer do cancelamento do "Idomeneo" de Mozart na Ópera de Berlim!
Das outras, das várias censuras que enfrentou quando era vivo, conseguiu ir escapando... Ora iludindo, ora pondo em música o que não podia deixar em palavras... "As Bodas de Fígaro", por exemplo, está cheia de cenas desse género, em que as referências estão na orquestra e não nas vozes. Esta censura, agora, duzentos e cinquenta anos depois, é simplesmente cobarde.

O "Idomeneo" é uma das óperas mais conhecidas de Mozart, foi representada em todo o Mundo um sem número de vezes, e agora alguém se lembra que é ofensiva? Foi composta em 1781 e é agora que é ofensiva?

Obviamente não conhecemos os detalhes da encenação, mas o libretto mete a guerra entre Tróia e Creta e uma história de sacrifícios semelhante à de Abraão, mas em vez de S. Miguel e Deus, está Neptuno e outros deuses gregos.

Desde quando é que a Arte tem que andar a reboque das censuras, das opiniões dominantes, das ameaças? Se não fôr para pôr em causa o pensamento dominante, para nos pôr a pensar, para nos fazer reflectir precisamente naquilo que nos parece inquestionável, então a Arte não existe.
Porque isso, essa coisa que serve só para fazer passar o tempo sem questionar absolutamente nada, é mau entretenimento.


A coisa parecia ir bem quando começámos a construir teatros por cima dos palácios da Inquisição...
Como é que chegamos aqui e damos por nós a olhar outra vez para um palácio que já lá não está e a agir como se estivesse?

27 setembro 2006

"Copérnico ou Galileu" versão televisiva

Vejam só este vídeo que eu encontrei no Arrastão.



Se o Mundo é hexagonal e a lua não está em Paris, porque raio há-de um francês (ou mais de meia plateia deles) ter que saber estas miudezas?

Agora a sério, é um bom exemplo para ilustrar que, contrariamente ao espírito dos nacional-derrotistas, em Portugal não é tudo pior, os portugueses não são piores, lá fora não é tudo melhor nem são todos melhores.

26 setembro 2006

60 Anos de resoluções sobre o Médio Oriente II

1973 Yom Kippur Resolução 338
Em 1973, a guerra do Yom Kippur (para os judeus) ou de Outubro (para os árabes), desencadeada por sírios e egípcios em ataques no Suez e nos Golã, motivou a aprovação, a 23 de Outubro de 1973, de uma resolução do CS com terminologia rara: estipulando um cessar-fogo imediato, a entrar em vigor em 12 horas depois da votação, e determinando o cumprimento da resolução 242. O texto refere-se a si próprio no artigo 1 omo uma "decisão", o que o torna vinculativo. Num contexto de ameaça à paz, esta escolha de palavras remete para a Carta da ONU, dando-lhe força de lei internacional.
1978 Oucpação do Líbano Resolução 425
Aprovada cinco dias depois da invasão israelita do Líbano, a resolução 425 (de 19 de Março de 1978 pede a Israel que cesse "imediatamente" as suas acções militares contra a integridade territorial do Líbano" e retire as suas forças de "todo o território libanês". Israel, que em 1982 expandiu a ocupação com uma invasão em grande escala, cehgando a cercar Beirute, demorou 22 anos a proceder à evacuação exigida. O texto decidiu ainda o estabelecimento da Força Interina da ONu no Líbano (UNIFIL), que deverá agora receber novos contingentes.
Em Maio de 2000, Israel retirou o seu exército do País do Cedro, mas a sua aviação continuou a ultrapassar a Linha Azul (fronteira reconhecida pela ONU). Beirute insite que Israel ainda ocupa território libanês, nomeadamente Shebaa Farms (uma área que a ONU classificou como território sírio). Em 1982 foi criada a milícia xiita Hezbollah, que desde então combateu Israel e após a sua retirada passou a controlar o sul do Líbano, lançando regularmente ataques contra os israelitas, sobretudo nas Shebaa Farms. O actual conflito começou depois de um desses ataques.
1979 Ilegalidade dos colonatos Resolução 446
Os colonos judaicos palestianos e noutros territórios árabes ocupados desde 1976 "não têm validade legal e constituem uma obstrução séria para obter uma paz justa e duradoura no Médio Oriente", afirma a resolução 446 do CS, aprovada a 22 de Março de 1979. Em Setembro de 2005, Israel unilateralmente retirou colonos e soldados da Faixa de Gaza, mas continua a controlar ou supervisionar as fronteiras deste território, o mais densamente povoado do mundo e que as agências humanitárias já classificaram como "uma grande prisão". Em curso está agora uma grande ofensiva, lançada após o rapto de um soldado (...) Mantém-se a ocupação parcial da Cijordânia (com expansão de blocos de colonatos).

23 setembro 2006

Curtas do dia

Da leitura do Público:
  • é para isso que a gente os elege, que é como quem diz, o futuro com os pés bem assentes no passado, ou na terra:
    • uma rede de eléctricos (rápidos, práticos e não poluentes) por toda a cidade;
    • uma Lei da Memória;
Duas de uma assentada, e da bancada mais pequena do Parlamento. Como dizia o Durão, é tudo uma questão de produtividade (é verdade que não se dizia bem de quem...).

  • Enquanto isso o PSgov produzia apenas uma frase, mas bem eloquente: "Deixemo-lo ir em Paz", dizia hoje o PSgov em relação a Souto Moura. Queria aqui deixar um esclarecimento ao PSgov: o PGR não morreu, está só a acabar o mandato, ainda ñao é hora da missa, sobretudo com frases de requiem...
Mais uma vez é tudo uma questão de produtividade, desta feita, a linha de montagem é a do disparate.
Porque raio não há-de o homem - que todos reconhecem profundamente incompetente - responder por um processo que ele acompanhou, onde interveio e que ele é que conhece? A única pessoa que tem a responsabilidade e a quem cabe responder é ele!
O próximo PGR, de quem eu não sei quase nada e portanto não vou comentar qualidades nem defeitos, vai tomar agora conhecimento dos processos, vai ler agora os dossiers. Não assistiu em directo, não estava no gabinete quando os factos se passaram (alegadamente), vai levar tempo até ler tudo e formar opinião... resumindo, assume o cargo, mas porque há-de assumir as responsabilidades de incompetência, que é uma coisa pessoal?

  • o concelho da Amadora continua sem uma única livraria. Não se trata apenas da cidade da Amadora, mas de todo o concelho, um dos mais populosos do país! Isto devia ser um escândalo nacional, mas em vez disso é apenas algo que é lembrado de ano a ano na inauguração da feira do livro. Mas pensemos, se há espaço para uma feira, se há interesse da população e a feira se repete todos os anos... porque não há uma livraria? Uma só?!

Nota: Desde que saiu esta nova lei, que serve apenas para cumprir promessas do PSop sem gastar tostões nem votos ao PSgov, passam a existir nos meus posts estas duas forças políticas esquizofrénicas, mas independentes. Refiro-me, claro, à questão dos professores do ensino artístico, agora tratados como "animadores" e promovidos a um máximo possível de 10h de trabalho semanal, o que deixa mais uma vez o acesso universal ao ensino artístico a ver navios.
PSop - PS na oposição
PSgov - PS no governo ou governo PS

20 setembro 2006

Ainda o trânsito - CARRIS

Agora é tudo setecentos e qualquer coisa: os autocarros. Apesar dos parec3eres desfavoráveis, apesar dos processos judiciais que várias freguesias puseram contra a CARRIS, esta decidiu ainda assim mudar as carreiras a seu bel-prazer, ou deverei dizer a seu bel-lucro?
Os autocarros passaram a ser mais escassos e a andar mais cheios. Até ao dia em que aconteça algum acidente grave e se prove que as codições de segurança são inexistentes... esperemos que não.

Há alguns princípios simples:
  • UMA e UMA SÓ empresa de transportes em cada área metropolitana! - nada destas concorrências entre Metro e Carris, CP e Transtejo, etc., etc.;
  • a decisão das carreiras a definir e do número de autocarros a circular tem que ser obtido por cálculos muito claros baseados em variáveis como o número de pessoas que habitam e/ou trabalham em certo local, e o número de pessoas que faz tal circuito;
  • não podem haver zonas isoladas - qualquer ponto da cidade não pode estar a mais de x metros de uma paragem/ estação de transportes públicos com um mínimo de passagem de y em y minutos;
  • qualquer percurso dentro da cidade não deve ter mais do que 1 transbordo, nem durar mais do que x tempo;
  • os passes têm que ter um preço único para cada coroa, quaisquer que sejam os transportes a utilizar; os preços têm também que ser tabelados e decididos pelo Estado;
E tudo isto tem que estar legislado e regulamentado, porque as pessoas não podem andar a mudar de vida de cada vez que muda a direcção da empresa de transportes. Parecem muitas variáveis, mas já se inventaram duas coisas fantásticas chamadas sistemas de equações e computadores.

É que há uma coisa básica que ainda não está entendida: enquanto os transportes não funcionarem verdadeiramente, não há campanha publicitária que convença as pessoas a largar o carro, nem multa que as desmotive!
Outra coisa que falta entender é que o mundo não gira à volta dos lucros da CARRIS, mas gira sim e depende do cuidado que se põe na organização dos transportes públicos e na correspondente diminuição do trânsito automóvel.

EMEL e o sistema de Justiça nacional

Portugal tinha um sistema de Justiça: três polícias que investigavam o crime, tribunais que julgavam os criminosos e decidiam sentenças. Parece bem... Mas o sistema de Justiça não entra no trânsito.

Primeiro, as multas passaram a ser pagas no imediato, excluindo os tribunais do processo. As penas eram aplicadas sumariamente e sem prova nem direito de defesa.

Agora a Justiça é privatizada: a EMEL, empresa municipal, vai ter poder sobre tudo o que se refere ao estacionamento em Lisboa, naquilo que é obrigação da PSP e da BT - GNR. Vão ser os empregados de uma empresa municipal, sem formação adequada nem poderes para penalizar os infractores, que vão passar as multas de estacionamento fora das áreas concessionadas.

O sistema judicial nacional é demasiado sério para ser entregue a empresas privadas, mas parece que a CML não percebe o que faz e o resto do pessoal da Justiça anda ocupado no beija-mão ao novo PGR.


Salva-se uma decisão: a de facilitar a aquisição de dísticos de estacionamento a quem reside temporariamente na cidade. Vai permitir a todos os que vêm trabalhar por alguns meses, sem mudar a sua residência oficial de origem, ter carro enquanto trabalham em Lisboa; é válido também para estudantes universitários, porque para muitas destas coisas as moradas de residências universitárias não são aceites.

Carmona a ver se escapa...

"Carmona manda inspeccionar EPUL mas solidariza-se com actuais administradores", diz o Público de ontem. Até parece que o Presidente da Câmara de Lisboa se lembrou assim de repente de mandar investigar a EPUL, mas quer continuar a estar bem com gregos e troianos. Até parece que é mesmo ideia da cabeça dele e que não foi obrigado a isso pelas circunstâncias da denúncia de Sá Fernandes. Quem ler assim sem mais, até parece que o Sá Fernandes não está na vereação a fazer nada...

Os factos remetem pelo menos ao tempo da presidência de Santana Lopes. Mas continuaram até serem denunciados, portanto, também implicam directamente a presidência de Carmona que, se não sabia de nada, é Presidente da Câmara e competia-lhe saber o que se passa nas empresas camarárias.

Mas há outra coisa: onde andam os vereadores do PS e do PCP? Sabendo que o PCP está na Câmara e nas vereações há muito tempo, desilude-me muito que não tenham dito nem feito nada.

Conclusão do dia:

Isto está lindo, está!

Ó p'ra ela a dar-nos música!

A Ministra da Educação teve uma ideia. Sim, senhores, soem os tambores! Uma ideia! Levantou-se e desatou a bradar a todos os jornais. Só que se esqueceu de um pequenito pormenor, coisa de nada: ra-cio-ci-nar. Coitadita, uma pessoa também não se pode lembrar de tudo, e ter a ideia já é muito bom!

A ideia da sra. ministra é a de dar aulas de música a todos os meninos do 1º ciclo do ensino básico das 15h30 às 17h30. Dito assim até parece uma boa ideia, e o princípio é corretíssimo: pôr a música como parte integrante dos currículos escolares desde o início.
Falta pôr em prática, e aí é que surgem muitos problemas:
  1. Duas horas por dia daria um horário de 10 horas semanais, se as aulas fossem diárias. Isto não chega a ser um horário de part-time para estudantes de música.
  2. Os estudantes a quem estas horas poderiam interessar têm eles próprios aulas a esta hora da tarde.
  3. Podiam fazer acumulação de horas em várias escolas primárias de um mesmo concelho, prefazendo um horário completo, com um contrato de trabalho dentro da legislação: sim, a ideia é boa, mas cada pessoa não pode estar em dois sítios simultaneamente e os horários são simultâneos.
  4. Os professores que se sujeitarem a este horário e a este salário de 10h (ou menos) semanais, vão, obviamente, sair assim que encontrarem algo melhor.
  5. Precisamos assim de um professor de música para cada escola primária do país. Ora, mesmo tendo em conta que as escolas desaparecem às centenas, e sabendo que não chovem profs. de música... onde é que a ministra acha que se podem encontrar professores de música nesta quantidade industrial?
  6. Delegou a responsabilidade nas câmaras municipais, que estão aflitas, e ela diz com ar cândido: "nós lá no ministério tratámos de tudo, não há razão nenhuma para que não esteja tudo a funcionar nas escolas!"
Legislar assim é fácil! Qualquer um de nós tem um pesadelo de noite e debita leis a toda a velocidade para delegar a responsabilidade do impossível nos outros.

Por isso nós, músicos, que sempre defendemos o ensino da Música a todas as crianças e jovens, e que sempre sonhámos com aulas de Música nas escolas do ensino geral (fora dos conservatórios e escolas similares), vamos continuar com a nossa utopia. E as crianças vão continuar sem poder aceder à leitura de uma partitura, sem poder desfrutar do desenvolvimento cognitivo e emocional que a aprendizagem musical/ artística traz a qualquer pessoa.

"Durão nega ter autorizado ou sabido de voos ilegais da CIA"

É o que diz uma notícia de ontem do Público.

Portanto, das duas uma:
  • ou é profundamente estúpido e se deixou enganar, e fica provado que as desconfianças sobre ter estado a servir cafés nos Açores são verdadeiras;
  • ou tem que ir ao médico para saber se é esquizofrénico ou tem Alzheimer;
A terceira, que é provavelmente a que ele se põe a si próprio, tomando-se como medida de avaliação: "um político é um ser desprovido de inteligência. Por isso, digo umas brejeirices e os tipos lá do PE engolem tudo, são uns papalvos. A população então, nem se fala!"

E não será coincidência a mais os vôos terem passado quase todos por Portugal e Espanha? Lembram-se da cimeira das Lages?

Ora aqui está uma fotografia da dita, sem o criado/ porteiro/ mordomo.

Era óbvio que naquela reunião se decidia mais do que o que já estava decidido: a guerra. E também era óbvio que se fosse para falar de coisas decentes, estaria a França, a Alemanha, etc. Não se sabia bem o que estava a ser discutido, mas "apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo". Agora já se sabe, é bastante claro. E já repararam que lhe dizem para se ir explicar, mas ninguém fala em retirar-lhe confiança, em obrigá-lo a demitir-se? É tudo muito "civilizado", muito "pacífico".

Não se tome a si como exemplo, sr. Barroso; não substime nem o PE nem a população. Trate lá disso com quem o quis vir buscar para comissário.

19 setembro 2006

SNS versão ministro da doença

Vai ser pago. Excluem-se as criancinhas e os partos, além das doenças crónicas. Também havia de ser giro, ter um fiscal na sala de partos, assim que o puto dava o primeiro choro: "São 3 chuchas e 2 biberons. Se precisar de incubadora vai para 7 pares de botinhas e 10 pacotes de fraldas..." Ou na sala de espera do D. Estefânia: pagava-se os internamentos em carrinhos pequeninos e bonecas.

Mas agora reparo: "Vai ser pago"???? JÁ É PAGO! E o IRS? E a Segurança Social? O IRC? Os 21% de IVA em produtos de primeiríssima necessidade? Toda - menos aquela que foge e a quem suas excelências dizem não ter dinheiro para ir cobrar - toda a população paga impostos, taxas e afins.

O sistema de saúde É PAGO! E há médicos desempregados, e há falta de médicos nos serviços, "porque é preciso poupar", mas o dinheiro anda aí. Onde é esse "aí" é que nós queríamos saber... Temos um Estado que é um saco roto, mas não podem andar a gozar connosco e com a Constituição - que é o próprio fundamento de Portugal - a pedir dinheiro a torto e a direito, como lhes dá "na gana".

À parte a questão da imoralidade e ilegalidade, uma questão prática. Há muita gente que não pode pagar mais. Paga os livros da escola dos filhos, paga propinas dos mais velhos, fraldas com 21% de IVA para os pequenos, paga todos os impostos referidos atrás, paga passes-sociais que de social só têm o nome, paga. Paga demais e não pode pagar nem mais um tostão.
Como vai fazer o ministro? Deixar morrer à porta do hospital um doente que não pode pagar o internamento e os exames médicos? Dar-lhe a escolher entre as despesas de internamento e as funerárias? Sim, uma coisa quase rotineira como uma apendicite não pode ficar à espera do salário do mês seguinte. Se não fôr operada, vai mesmo dar em despesas funerárias!

Então, e sendo operada, mas tentando minimizar o tempo de internamento? Aumenta os riscos de infecções e complicações, aumentando assim o número de doentes que vão precisar de mais tempo de convalescença (e correspondente baixa médica) ou mesmo de segunda intervenção cirúrgica.


Claro que o desenvolvimento do país e do sistema de saúde, deveria estar a conduzir-nos a um aumento da medicina preventiva. Devia levar o Estado a facilitar, e até incentivar os exames de diagnóstico: haveria mais casos em que estes exames teriam resultados negativos - e pareceriam inúteis, mas isso permitiria descobrir os casos positivos precocemente, POUPANDO DINHEIRO e tempo nos tratamentos, nas baixas médicas, nos internamentos, etc, etc, etc.
Em vez disso, o ministro prefere desincentivar a prevenção, cortar pagamentos, cortar nas despesas. Ou seja, estamos a regredir.

Dantes punham nestas coisas uns ministros que se regiam exclusivamente por critérios de poupança. Pelo menos eram bons gestores. Não se preocupavam com as pessoas, mas pelo menos pensavam em poupar. Este nem isso.

DEMISSÃO, obviamente!

16 setembro 2006

60 Anos de resoluções sobre o Médio Oriente

1947 Criação de dois Estados

A resolução 181 da Assembleia Geral da Onu, aprovada em Novembro de 1947 e rejeitada por árabes e palestianianos, recomenda a retirada britânica como potência administrante da Palestina e das suas forças armadas, declarando a fundação neste território de um Estado árabe e um judaico independentes. Prevê também um "Regime Internacional Especial para a Cidade de Jerusalém" (a administrar pela ONU), para "proteger os interesses de cristãos, judeus e muçulmanos." Hoje, apenas Israel tem estatuto pleno de Estado independente. O sector oriental de Jerusalém foi anexado após a sua conquista na guerra de 1948, e Israel proclamou, unilateralmente, a cidade sua capital "una e indivisível"- estaturo não reconhecido pela comunidade internacional.
1948 Refugiados Palestinianos
A 11 de Dezembro, a AG aprovou a resolução 194, sobre o "direito de retorno" dos refugiados palestinianos. Tendo em conta a deslocação de centenas de milhares, " decide que há lugar para permitir aos refugiados que o desejem voltarem às suas casas o mais depressa possível e viverem em paz com os seus vizinhos." Recomenda ainda que "devenm ser pagas indeminizações a título compensatório aos que decidam não regressar." Em 1950, a ONU estimava que existiam 957 mil refugiados árabes palestianianos. Israel recusa o retorno em larga escala, pois tal colocaria em causa o carácter judaico do Estado e a sua própria existência.
1967 Guerra dos Seis Dias
Para solucionar a situação resultante da guerra que opôs Egipto, Jordânia e Síria a Israel, e em que este último conquistou a península do Sinai e a Faixa de Gaza aos egípcios, a Cijordânia (incluindo Jerusalém Oriental) aos jordanos, e os Montes Golã aos síriosa, o Conselho de Segurança aprovou a 22 de Novembro de 1967 a resolução 242, que enuncia o princípio de "território em troca de paz". Em 1979, Israel e o Egipto assinam o primeiro tratado de paz israelo-árabe, depois de Telavive se retirar do Sinai. em 1994, Israel assina a paz com a Jordânia, num acordo que faz do rio Jordão a linha de fronteira. Os jordaos tinham abandonado a sua revindicação pela Cijordânia depois do início da primeira intifada (1987); o Egipto desistira da Faixa de Gaza quando reconheceu Israel. A fórmula "terra por paz" serviu de base aos Acordos de Oslo entre israelitas e palestinianos, em 1993, mas ainda não foi aplicada nas negociações com a Síria (falhadas em 1994). Os Montes Golã continuam ocupados por Israel, excepto a cidade de Kuneitra, devolvida a Damasco após a guerra de 1973
(cont.)
Sofia Lorena no Público de 13 Agosto de 2006

15 setembro 2006

Poesia e música

Poema 15
Versos de Pablo Neruda
Música de Vitor Jara
Cantado ao Vivo em 1972

Nem é preciso dizer mais nada, é só ouvir... (no cantinho lá de cima) Deliciem-se!

13 setembro 2006

Gato Perfumado


Estes tipos sairam-me uns totós. Não bastava a PT o Quintela a dançar no concurso da RTP e agora um reclamo à Fundação do Gil.

11 setembro 2006

11 de Setembro ou Por Quem os Sinos Dobram

Imagem daqui.

Salvador Allende

Governou com o povo durante 1000 dias. Segundo Luis Sepúlveda, foram só mil dias, mas foram de felicidade e liberdade puras.

Terminaram no dia 11 de Setembro de 1973, dia em que morreram muitos americanos do hemisfério "errado", às mãos de outros americanos do hemisfério "certo". Por serem americanos chilenos não ficaram para a História.

Salvador Allende foi morto, assim como muitos dos homens do Grupo dos Amigos do Presidente: presos, mortos, torturados, desaparecidos. Foram todos capturados no seu posto, de arma na mão a defender o seu presidente. Nem Allende nem os seus homens se renderam ou admitiram a hipótese de entregar o poder.

Este golpe foi apenas o início de uma longa época de desaparecimentos, prisões, mortes e campos de concentração em pleno deserto de Atacama. A ditadura chilena que começou há 33 anos foi uma das mais duras do século XX. O ditador assassino, esse, invoca razões de saúde e passeia-se por aí.

11 de Setembro

Há cinco anos houve um golpe vergonhoso, mas muito obscuro e com muitas perguntas em aberto. Há 33 anos houve um golpe bem claro e conhecido, efectuado pela CIA às ordens do presidente dos EUA, que pôs fim ao governo dos mil dias, de Salvador Allende e do povo.

Aparentemente, a CIA de 1973 sabia agir com precisão, sem pânico, sem trapalhices. Atingiram o objectivo (matar Salvador Allende) às 13h, conseguiram tudo em poucas horas. No dia seguinte proclamaram o seu ditador: com enorme rapidez, portanto. A CIA e o FBI de 2001 foram no mínimo desleixados, trapalhões, entraram em pânico e levaram uma eternidade a reagir. Não bate muito certo...

09 setembro 2006

Vejam bem


No passado dia 18 de Agosto vi um dos melhores concertos da minha vida. Sem grandes meios, mas com música da melhor e um óptimo ambiente: uma homenagem ao Zeca Afonso, em Vila Real de Santo António, com os amigos dele a cantar coisas próprias e dele. Tudo numa grande descontracção e sem tristezas, a não ser pelo facto de muitas das canções já com décadas ainda estarem actuais. Mas como disse o Francisco Fanhais ao cantar uma canção com quadras do António Aleixo, "a culpa não é do Aleixo, é do Sócrates".
Só tenho uma coisa a dizer: é pena o espaço ser pequeno e ter ficado tanta gente de fora. Eu s´ø entrei, porque houve uma desistência de última hora. Por outro lado, é bom ver que tanta gente gosta de ouvir estes cantores e estas canções.

Os excertos do concerto estão agora no blog da AJA.

08 setembro 2006

Os telhados de vidro e as pedras

O país levantou-se em alvoroço por causa da festa do Avante. Aliás, há muitos anos que a direita tem uma inveja danada de uma festa partidária com tanto sucesso, frequentada por tanta gente de tantas côres partidárias. Já tentaram de tudo para acabar com a Festa...
O episódio do ano é com a suposta presença de elementos das FARC. O PCP responde que apenas convidou elementos do PC colombiano, que traziam informações sobre as FARC. Eu desta teima não sei, porque não conheço as pessoas em questão, mas dadas as circunstâncias, não descarto assim tão facilmente os argumentos do PCP.

Quem tem ligações mais do que conhecidas e provadas à tortura da CIA, e muito prováveis e obscuras ligações (provavelmente directas) ao HELP e ao MDLP, não devia era estar muito caladinho num cantinho a ver se ninguém repara?

Não faças aos outros...

Bush diz que os "métodos alternativos" de interrogatório usados pela CIA não constituem tortura. Pois devia ser "não torturado" da mesma forma. E como diz que tortura é só o que conduz à morte, ele, para ser "não torturado" ficava a agonizar infinitamente até morrer de "causas naturais". Depois era só mandar assinar o óbito a alguém com prática de certidões de "morte por causas naturais e desconhecidas": à falta do Goebbels e lacaios, qualquer alferes de serviço em Abu-Ghraib ou Guantanamo deve servir.

Blair demite-se

E nunca será cedo!
Além de que é uma vergonha para a própria evolução da Humanidade que criminosos destes escolham demitir-se em vez de serem derrubados, que vão à vidinha deles em vez de serem devidamente acusados e justamente julgados pelos crimes que cometeram.

Nova sessão legislativa

E a IVG? E a IVG? E a IVG? E a IVG? E a IVG?

Segundo o Público de hoje, a nova sessão legislativa inicia-se já a 15 de Setembro. Mas também de acordo com o mesmo artigo, o PS não quer referendo antes do Natal, e para não correr esses risco, só apresenta o projecto lá pra Outubro. Parece que não lhes convém que seja ao mesmo tempo que o Orçamento de Estado... vá-se lá saber o que têm a ver! Além disso, se calhar esqueceram-se do PR que ajudaram vergonhosamente a eleger: alguém acha que aquele tipo vai mesmo deixar realizar um referendo sobre a IVG se puder evitá-lo, ou pelo menos adiá-lo o mais possível?
O papel de alguém que diz ser a favor da IVG (ou pelo menos do referendo) não seria fazer o possível para que fosse aprovada?

Antes da ante-estreia

Lá volto eu ao síndrome da emigrante: vão ver o "Volver" do Almodôvar. Eu já vi há alguns meses e gostei muito. Elas ganharam todas em conjunto o prémio de Cannes para melhor interpretação feminina e mereceram!

07 setembro 2006

Música

Há uns dias que ando para mudar a música ali do cantinho, e até sei muito bem o que queria lá pôr. Ora acontece que, como é habitual na vida de emigrante, o que eu preciso está sempre onde eu não estou (olha, agora por acaso apercebi-me de que há duas músicas possíveis, mas do Variações é que não tenho mesmo nada em lado nenhum).
Com tanto disco do Sérgio Godinho aqui em casa, e nada so "Arranja-me um emprego"... Mas vocês sabem a letra de certeza, e a única coisa que eu não faço lá do texto é proibir uma greve legal às ordens do patrão e aquela coisa dos cassetetes. De resto, "arranja-me um emprego"!