31 janeiro 2007

Mob pelas mudanças climáticas

DIA 1 DE FEVEREIRO PELAS 18.55 PORTUGUESAS E CORRESPONDENTES HORAS LOCAIS
(ORIGEM:FRANÇA PARA O MUNDO)
A maior mobilização contra as alterações climáticas.Um gesto pelo nosso planeta.Acção contra as alterações climáticas.
No dia 1 de Fevereiro de 2007, participe na maior mobilização dos cidadãos contra as alterações climáticas! A Alliance pour la Planète(agrupamento de associações ambientais) lança um apelo simples a todos os cidadãos: 5minutos de repouso para o planeta: toda a gente apaga as luzes no dia 1de Fevereiro de 2007 entre as 19h55 e as 20h00 (entre as 18h55 e as 19h00, hora portuguesa). Não se trata de economizar 5 minutos de electricidade apenas nesse dia, mas sim de chamar a atenção dos cidadãos, dos media e das instâncias de decisão para o esbanjamento de energia e para a urgência de passar à acção! Cinco minutos de repouso para o planeta: não toma muito tempo, não custa nada e mostrará aos candidatos às eleições legislativas francesas de Junho de 2007 que as alterações climáticas são um tema que deve pesar no debate político.Porquê no dia 1 de Fevereiro? Nesse dia sairá, em Paris, o novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas sob a égide das Nações Unidas. Esse acontecimento terá lugar em França e não devemosperder esta oportunidade de pôr em destaque a urgência da situação mundial em termos de clima. Se todos participarmos, esta acção terá um peso mediático e político real, alguns meses antes das eleições francesas!
Façam circular este apelo por todos os vossos contactos e redes!Divulguem-no também no vosso site internet e nas vossas páginas de notícias.


"Voto democrático? Nem morto!"

Imagino o Salazar a dizer algo assim: "Eu, submeter-me ao voto livre e democrático? Nem morto!" De facto, nem morto o seu fantasma suporta a Liberdade e a Democracia. Alguém (não será difícil adivinhar quem...) vela por que o fantasma não tenha que se submeter de forma justa ao voto (nem que esse voto seja a brincar e só para entretenimento), e aproveita para ganhar uns bons trocos.
Se é verdade que a percentagem de amnésicos que realmente votaram no ditador deve ter sido considerável (e neste caso, nem que fosse um só voto já seria demais), não é tão grande como parecia.

O Público tem um artigo (sem ligação) sobre isto, mas o melhor é ouvir o Fernando Alves da TSF.

30 janeiro 2007

Fado e Futebol


Kátia Guerreiro e Fernando Santos fizeram o par da noite.
Irresistíveis e irrepetíveis.

Debate - há bufos na sala?

O Professor Vital Moreira ganhou o debate logo assim que abriu a boca. Foi imediato. O resto foi só desenvolvimento (sem querer descurar algumas outras intervenções muito boas).

Conclusão: ninguém naquela sala se mostrou disposto a denunciar e perseguir ou fazer perseguir uma mulher que tivesse feito um aborto. Ninguém quer que morram mulheres em abortos clandestinos.
Só falta um professor de português que lhes ensine a ler a pergunta, que está (pasme-se!) em português!


E agora para início de campanha:

VOTA SIM!

27 janeiro 2007

Heat Ray



O Pentágono apresentou dia 25 um novo e "revolucionário" sistema de defesa destinado a controlar multidões e a repelir ataques em grupo. Consiste num disparo de energia que provoca uma sensação intensa de queimadura, suficiente para paralisar os movimentos do inimigo, sem contudo provocar danos permanentes nos indivíduos atingidos.

Público 26 de Janeiro

Do que gostei mais foi das aspas em revolucionário.

25 janeiro 2007

Merece leitura

MANIFESTO SOBRE A DISCIPLINA LEGAL DO ABORTO
Face aos princípios constitucionais vigentes, entende a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas que o fundamento ético-juridico de toda, e qualquer, incriminação só pode ser a sua indispensabilidade para a defesa de um bem jurídico que tenha a qualidade de um direito ou interesse constitucionalmente protegido, devendo tal intervenção, em função do disposto no art. 18º nº2 da Constituição, confinar-se ao mínimo necessário da defesa daquele direito ou interesse.
Essa incriminação deve, ainda, reunir um amplo consenso social, em homenagem aos princípios fundadores do Estado de Direito Democrático, e ser eficaz, por força do principio da necessidade das penas e medidas de segurança.
Ora tendo em atenção a situação que no nosso país se vive, relativamente ao crime de Aborto, a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas considera que a legislação vigente não está suficientemente adequada àqueles dois alicerces fundadores.
Assim, entende ser patente e óbvio a inexistência de um consenso social quanto ao âmbito da incriminação do Aborto, e o falhanço da eficácia preventiva - geral e especial - do actual figurino penal. Na verdade, não apenas a discussão sobre esta matéria se encontra extremada, como também a prática social demonstra que com o quadro legal vigente se não cumprem nenhuns dos fins das penas, nem de retribuição, nem de prevenção geral, com manifesta falha do carácter intimidatório da proibição legal, nem ainda de prevenção especial, nos seus aspectos correctores e de reabilitação social.
Ora ao fracasso dos fins das penas junta-se "in casu" uma importante consequência: o actual tratamento penal da interrupção voluntária da gravidez bloqueia todo o tratamento extra-penal, seja ele médico-assistencial, sanitário ou educacional, que é tão necessário como fundamental.
Assim, entende a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas que o modo como tem vindo a ser punido o Aborto é um absurdo e um fracasso, e se reduz a uma pura declaração formal e dogmática do Aborto como crime.
Em contraposição considera a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas que a disciplina legal do Aborto deve radicar nos princípios constitucionais atinentes.
Isto é, aquela disciplina deve assentar nos direitos fundamentais da pessoa humana, designadamente no direito à vida, ao desenvolvimento da personalidade, à reserva da intimidade da vida privada, à dignidade, à liberdade, e à saúde, contemplados nos artigos 24º, 26º nº1 e 2, 27º e 64º, e ainda no reconhecimento constitucional da maternidade e da paternidade como valores sociais eminentes, operado pelo artigo 68º nº2, todos da Constituição da República.
Assim, o respeito por aqueles direitos fundamentais obriga à refutação das concepções que neguem as mulheres como sujeitos daqueles direitos fundamentais, e o reconhecimento daquele valor social, impõe a sua assunção em total liberdade.
Pois que sendo a maternidade expressão da liberdade das mulheres, um expoente da sua personalidade, tem de ser fruto da sua consciência e responsabilidade.
O que significa que toda a mulher tem o direito de se defender de uma maternidade fruto da ignorância, da fraude ou da violência, que a maternidade não é racionalmente concebível como uma obrigação ou um equivoco, que a procriação e a gravidez são situações tão livremente eleitas que não podem ser entendidas como contrapartida ou castigo decorrente do acto sexual, e logo que, não deverá ser permitida uma imposição da gravidez mediante uma cominação penal, transformando num processo obrigatório aquilo que é um acto livre e voluntário.
Perante um direito à maternidade, assim configurado - alheio a todo o sentido da obrigatoriedade - ante a procriação e maternidade, caberá ás mulheres optar livremente, aceitando ou rejeitando a maternidade.
Acresce ainda que a defesa dos direitos fundamentais já referidos dá relevância constitucional à oposição, que a mulher queira aduzir, à continuação da gravidez, na medida em que a proibição do Aborto, acarretando uma compulsão à maternidade, afecta aqueles direitos, e através dela o Estado nega a liberdade individual de cada mulher poder configurar a sua própria vida, introduz-se na sua esfera da sua intimidade e obriga-a a aceitar as condições de vida que acompanham a maternidade, afectando o livre desenvolvimento da sua personalidade.
Deste modo entende a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas que, nos casos que a interrupção da gravidez se apresenta como uma situação de colisão de direitos, entre uma vida humana em formação e os direitos fundamentais da pessoa humana, a imposição da gravidez mediante cominação penal obsta à realização daqueles direitos, e como tal está ferida de inconstitucionalidade.
Deste modo, a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas considera que, nos casos em que a interrupção da gravidez se apresenta como uma situação de colisão de direitos, entre uma vida humana em formação e os direitos fundamentais da pessoa humana, a imposição da gravidez mediante cominação penal obstará à realização daqueles direitos.
Nesta conformidade, a
Associação Portuguesa de Mulheres Juristas entende dever pronunciar-se afirmativamente no Referendo a realizar em 11 de Fevereiro de 2007.

24 janeiro 2007

Os resultados

A cor de fundo deste blogue parece-me











Selection
amarelo lamacento 4 votes
amarelo esverdeado 4 votes
verde amarelado 2 votes
branco muito sujo 0 votes
desinteressante 0 votes
entediante 0 votes
morna 1 vote
irrelevante 1 vote
beje da Anatolia 5 votes
xi-xi 4 votes
21 voters
pollcode.com free polls


Os resultados tão esperados dão uma vitória tangencial ao beje da Anatólia. Comprovando-se a tendência dos amarelos dentro do espectro. Fica assim afastada a facção que insinuava ver verde (doentio) sob as nossas palavras. Formatações à parte há uma maioria clara em torno do projecto quente (amarelos, beje e xixi) coligação que se congratula e afirma continuar a ser a cor de todas as cores mantendo-se acima de todas as querelas térmicas e espectrais. A tradição (Anatólia) e a discrição (beje) moram nos corações da maioria d@s noss@s leitor@s eleitor@s.

Gratas.

Tudo pelo amarelo, nada contra o amarelo







22 janeiro 2007

Fiama Hasse Pais Brandão 1938-2007

Tudo o que vivêramos
um dia fundiu-se
com o que estava
a ser vivido.
Não na memória
mas no puro espaço
dos cinco sentidos.
Havíamos estado no mundo,
raso,
um campo vazio de tojo seco.

Depois, alguém
urbanizou o vazio,
e havia casas e habitantes
sobre o tojo. E eu,
que estivera sempre presente,
vi a dupla configuração de um
campo,
ou a sós em silêncio
ou narrando esse meu ver.

De: As Fábulas

21 janeiro 2007

Democratizando

Está em curso até amanhã o primeiro referendo neste blogue. Os resultados serão fundamentais na prossecução do programa de fundo desta página. Pretendemos atingir uma média razoável de respostas que possam lançar pistas sobre um mistério ou uma questão não poucas vezes fracturante. Obrigada a tod@s por fazerem parte das respostas que perseguimos.

19 janeiro 2007

Condenar uma mulher quando nela também bate um coração

«O acto sexual é para ter filhos»

Natália Correia deu-lhe a resposta à altura!

"Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado."

(Natália Correia - 3 de Abril de 1982)

O poema vem deste post, que explica melhor todo o contexto.

18 janeiro 2007

O país da meritocracia

Souto Moura vai ocupar o lugar no Conselho Superior da Magistratura . Afiança os valores meritocráticos da nossa sociedade como o enforcamento de Saddam afiança os valores democráticos no Iraque.

A ministra que tinha um fraquinho por tribunais...

Hoje mais um aluno foi fazer exame de 12º ano às ordens de um tribunal. Mais um daqueles alunos do exame de física que pôs o ME em tribunal: o 6º que ganhou!
Espero que lhe tenha corrido bem e que daqui a um mês haja mais um aluno na Faculdade de Medicina Dentária.

Só que com todas estas histórias, o aluno não se livra do stress destes meses de espera, de ter que passar por um processo em tribunal e de ter perdido um semestre inteiro de aulas na universidade.
Nós andamos a pagar tribunais para estes porem o ME a fazer aquilo que é uma das suas competências mais básicas. E ainda exames individuais a cada aluno que, com razão, defende o seu direito em tribunal e ganha o processo. Ai da ministra que me venha dizer outra vez que não tem dinheiro!

15 janeiro 2007

Amanhã no ISCSP



A sessão será realizada na terça-feira, dia 16 de Janeiro, no auditório do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (pólo de Monsanto), pelas 18.30 h.


A sessão contará com a presença de:

· Pelo «SIM Jurídico» - João Tiago Silveira, Secretário de Estado da Justiça.

· Pelo «SIM Social» - Teresa Fragoso, do gabinete do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

· Pelo «SIM Político» - Ana Catarina Mendes, deputada à Assembleia da República.

· Pelo «SIM Jovem» - Pedro Nuno Santos, pelo Movimento «Jovens pelo SIM».

· Pelo «SIM Médico» - Vasco Freire, pelo Movimento dos «Médicos pela Escolha».



A organização é da responsabilidade do PS Belém / Alcântara / Ajuda.

Sim, claro!

Porque basta de perseguição!

Fica o link para o blogue dos Jovens Pelo Sim. Em breve será a inauguração da sede no Chiado.

12 janeiro 2007

do blogue Esquerda Desalinhada


Dois catedráticos nocivos: Correia de Campos e Carlos Pereira da Silva
Os corpos docentes das universidades são, historicamente, cristais de conservadorismo e pedantismo. No passado, grande parte das criações do pensamento humano ou os contributos para o desenvolvimento técnico ou tecnológico passaram ao lado da universidade e, pior do que isso, sob a desconfiança, o desdém ou a oposição dos catedráticos auto-ungidos como donos do saber. Hoje em dia, seria injusto esquecer todos os jovens que desenvolvem projectos de investigação em algumas universidades portuguesas e que, em regra, só encontram saídas profissionais fora do país. Bem como seria injusto esquecer alguns núcleos de pesquisa científica nas universidades portuguesas. Os catedráticos dão poucas aulas, não investigam, dedicam-se ao controlo das instituições, à consultadoria (nas quais são recém licenciados ou os seus mestrandos que trabalham) e por isso encontram tempo suficiente para conspurcar os jornais com opiniões tautológicas ou imbecis; mas, às quais, os media atribuem a credibilidade por virem de quem vêm. Pulula ainda nas universidades um vasto conjunto de biscateiros, quadros de empresa, deputadecos e mandarins avulsos que arredondam o rendimento com umas aulas dadas à pressa, sem preparação, em escolas, na maioria, entre as de menor gabarito. Alguns, porém, procedem a atitudes anti-científicas para servir as suas ideologias reaccionárias e ficarem bem na fotografia perante os interesses económicos que deles se servem. São os casos dos dois elementos citados no título; um, é a metástase socratóide na área da saúde e o outro, é normalmente consultado pelos media como especialista de segurança social. Campos, foi presidente da Comissão para o Livro Verde para a Segurança Social e o outro, relator da mesma. Campos tem-se destacado por um agressivo e sádico economicismo, quando atinge a população mais pobre com restrições várias no acesso a consultas médicas e a medicamentos, fecha maternidades... Pereira da Silva foi nomeado (por Guterres) presidente do Instituto de Gestão dos Fundos de Capitalização da Segurança Social mas saiu quando viu que não poderia utilizar o dinheiro dos trabalhadores no casino da bolsa, no mercado de capitais. Ressentido por tal incompreensão engrenou recentemente no Compromisso Portugal, onde encontrou uma nobre audiência, dirigida por esse campeão da evasão fiscal, António Carrapatoso. Cabe agora demonstrar a desonestidade intelectual dos dois lentes, que subscrevem, no referido Livro Verde, os seguintes dislates técnicos:
Continue e ler

11 janeiro 2007

Um silêncio de morte

Bush não pára. Ontem na Somália "varreu" uma aldeia (as bombas americanas deviam ser mesmo a única praga que ainda não havia na Somália), hoje mais outro bombardeamento de manhã e um anúncio à tarde: mais 21000 soldados para o Iraque. Soldados? Nem isso... são putos quase analfabetos, filhos de imigrantes praticamente obrigados a ir para verem os vistos das famílias renovados, vigiados por dementes viciados em violência e tiroteio. Carne para canhão e canhões. Chamar àquilo um exército...

Que haja um presidente dos EUA suficientemente louco para estas coisas não é novidade: toda a gente sabe o que foi a guerra do Vietnam. O que é inédito é o silêncio. Não há deserções em massa nem protestos gigantescos. Há de vez em quando umas figuras públicas que mandam umas bocas sem grande força e que são logo censuradas, mas não há, como houve contra a guerra no Vietnam, uma onda de protestos impossível de censurar, algo de tão grande e tão claro que fizesse ver ao mundo que os americanos estão vivos e pensam.

E é justamente esse silêncio que é mais assustador: a escalada de violência não pára, as frentes e locais de envio de tropas são cada vez mais, só se discute quem será o próximo, o mundo está quase todo sob ameaça mais ou menos clara e mais ou menos directa (Iraque, Somália, Afeganistão e Paquistão, clara e directamente; e depois Cuba, Coreia do Norte, danos colaterais na Coreia do Sul, Irão, México, Colômbia, Haiti, Argentina, Bolívia, danos colaterais no resto da América Latina, França, Rússia, China..., ..., ...), e da parte da população dos EUA, nada. As sondagens dizem que há algum descontentamento, mas nada de sério. Os democratas estão contra, reagindo como se apenas se tratasse de um desacordo de milésimas na subida do ordenado mínimo.

Há mais de 3000 soldados americanos mortos só no Iraque. Onde estão as famílias deles? Os amigos?

Se acreditarmos que "Resistir é Vencer", como diz o José Mário Branco, então aquele é mesmo um silêncio de morte.

10 janeiro 2007

Ardinices

O blog do meu amigo "parvardina", que é um ardina que é Joane. Também podia ser "musardina", que é o ardina que dá música ao pessoal.
Tudo isto regado a muito café!

Música

Ou de como a minha falta de tempo anda muito bem combinada com as avarias do Filelodge (ou é só uma avaria com ligeiras interrupções?)...

Frase luminosa

No telejornal desta noite um senhor-representante de uma plataforma pelo não- disse:
"Nós somos pela vida porque sem vida não existiam homens e sem homens não havia planeta Terra."

Por acaso aconteceu tudo na ordem inversa (mesmo para visões criacionistas).
Será que na mesma cabeça se acredita que ao fechar os olhos as coisas que não vê deixam de existir.

Porto 1 x Lisboa 0



Ao contrário do que se diz por aí, como se ouve tantas vezes: "isso não vale a pena, essas coisas nunca resultam, ninguém vai ouvir"...
Quem luta, consegue!

A Carris e a STCP mudaram as carreiras, passando a ter em ambos os casos pior serviço ao público. Em Lisboa toda a gente se queixou nos cafés, nas esquinas, aos amigos, mas ninguém se mexeu efectivamente. Limitámo-nos a ver a Carris decidir, encostadinhos nas cadeiras. No Porto a malta juntou-se e a STCP recuou.

08 janeiro 2007

Ainda mais um divórcio da ministra


Ao contrário do restante ensino público, o ensino artístico tem quase exclusivamente professores contratados. Alguns têm os contratos renovados durante décadas, de tal modo que se tornam indispensáveis na casa. No Conservatório de Lisboa e na Escola Superior há muitos casos de grandes Mestres que continuam contratados sem fazer parte do quadro. Professores que ensinaram várias gerações de músicos e que se tornaram referências da vida musical: Mestres!

Chamo Mestre não no sentido de quem tem o diplomazinho de mestrado (desses até eu tenho um...), mas sim quando me refiro àquelas pessoas de rara sabedoria, com conhecimento profundo do que ensinam e uma vontade incessante e contagiante de procurar saber mais. Neste caso refiro-me ao Paulo Brandão.

Quando estas pessoas não estão no ensino público, ficam inacessíveis para a maior parte da população. Alguns dão aulas no privado, outros não dão aulas de todo. Ou seja, toda essa sabedoria fica sem transmissão para outros e para a população, para continuação, para desenvolvimento.

Na última quinta-feira, a um terço do ano-lectivo, o compositor Paulo Brandão e mais alguns colegas professores do Conservatório foram informados de que os contratos não seriam renovados. Os alunos chegaram para as aulas e foram informados de que aquelas disciplinas estavam suspensas até ser possível haver novo professor, não se sabe quando.

Choveram petições e assinaturas, telefonemas para o Ministério da Educação, visitas ao gabinete da Ministra, e nada. A dita senhora tranca-se no gabinete com o secretário de Estado e não recebem ninguém. Não há apelo nem reunião que adiente. Deram a ordem, a ordem está dada, não há mais nada a dizer; ou haverá, consoante a decisão agora entregue aos tribunais.

O processo de premeditadamente ir despedindo ou deixando desertar os melhores professores e mais competentes destas duas escolas vem de muito longe. Ficam os mais novos, alguns absolutamente fantásticos e que de certeza um dia atingirão esse patamar de Mestre, mas nessa altura serão também corridos, se a coisa não mudar.

Está mais que visto que esta ministra só consegue lidar com os seus professores através dos tribunais, como um casal em processo de divórcio litigioso. E nem com a quantidade de processos que tem perdido e as quantias que tem pago de indemnizações ela aprende.

04 janeiro 2007

Organizem-se

Bombeiros sapadores pelo sim
Médicos pela escolha
jogadores da selecção pelo sim
treinadores nacionais pelo sim
Movimento Jovens pelo sim
artistas sem subsídio pelo sim
artistas afortunados pelo sim
educadores de infância pelo sim
bloggers pelo sim
parteiras de portugal pelo sim
curadores de museu pelo sim
autarcas pelo sim
Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo sim
locutores de todos os distritos pelo sim
actores dos morangos com açúcar pelo sim
actores da Floribella pelo sim
humoristas dos anúncios da Pt pelo sim
administradores da Pt pelo sim
condutores dos STCP pelo sim
Movimento Voto sim
ex-corpo de bailarinos da gulbenkian pelo sim
membros do governo pelo sim
teólogos pelo sim

Está na hora e é desta.
Organizem-se!

02 janeiro 2007

Referendar

"(..)Tenho porém por certo que a resposta a esta particular dúvida não pode ser dada pela ciência, até porque esta interrogação sobre a hipotética existência de “vida humana” oculta, na verdade, a questão (metafísica) de saber se um feto com dez semanas ou menos é uma “pessoa” ou não. Parece óbvio que a maior parte das pessoas realmente existentes não acha que o seja, nem que fazer um aborto seja equiparável a matar alguém; prova disso são as dezenas de milhares de abortos que se fazem todos os anos em Portugal (e não há dezenas de milhares de assassinas entre nós) e o próprio facto de a lei que pune o aborto puni-lo muito mais brandamente que o infanticídio. Mas isto é uma consideração de ordem sociológica; agora respostas de natureza científica a esta questão, como disse, não existem: o que existe são crenças, são fés - mas essas, por definição, são insusceptíveis de discussão. Debater se um feto com menos de dez semanas é ou não “vida” é assim um debate de surdos, que não leva a rigorosamente nada; procurar impor por lei, e logo na lei penal, uma das posições desse debate – que um feto às dez semanas é “vida” e por isso deve ser protegido - é negar a dúvida e praticar a intolerância: ou concordas comigo ou vais para a prisão. Não é isto a “fé única”? Que a diferença faz da Santa Inquisição? Ora há formas de o “sim” e o “não” debaterem sem ser através do choque de absolutos metafísicos indiscutíveis, do género: “o direito à vida” versus “o direito ao corpo”. Por exemplo, já aqui aplaudi (e fartei-me de levar pancada de apoiantes do “sim”) um artigo favorável ao “não” que dizia mais ou menos isto: como nem toda a gente está de acordo (nem nunca há-de estar) quanto a saber se um feto com dez semanas ou menos é uma pessoa ou não, não será melhor, nessa incerteza, seguir o “princípio da precaução” e estender-lhe a protecção da lei penal? Eu não estou de acordo com esta posição, e também já expliquei porquê, mas acho que o princípio de que ela parte está certo e que aquilo que defende faz sentido: verifica a impossibilidade de discutir metafísica e procura, pragmaticamente, estabelecer as bases de uma discussão sobre a gestão política da questão do aborto – que tem, evidentemente, fundíssimas implicações éticas, mas que é também (e é por isso que é objecto de um referendo) um problema social e de saúde pública. É assim tão difícil de perceber?(...)"
António Figueira, "Parece que não me fiz entender" in Cinco Dias