17 janeiro 2008

Deus no Século XXI

Anselmo Borges coordenou um livro recente de ensaios sobre Deus no Século XXI. Sarah Adamopoulos [onde fica agora o seu blogue?] entrevistou-o em Dezembro para o Notícias Magazine e diz ele assim por exemplo: (...) O mais importante é o amor entre os seres humanos, fazer o bem, e fazê-lo de modo verdadeiro, e eficaz – não falo da pequena caridade, mas da transformação das estruturas sociais, políticas, económicas, de tal modo que todos os homens possam realizar a sua humanidade (...)
Quando falamos de Deus, a pergunta é sempre: que Deus? Um Deus em nome do qual se fazem guerras é um Deus abjecto. Um Deus que às vezes se anuncia contra a ciência é um Deus no qual não se pode acreditar. Um Deus que se confunde frequentemente com o dinheiro é um Deus idolátrico. Um Deus que humilha, que discrimina, que escraviza, que impede as pessoas de se cumprirem como homens e mulheres, que deus-ídolo é este? É então preferível ser ateu. Perante um Deus assim, deve ser-se ateu. Se quisermos levar esta nossa conversa até ao limite, diria mesmo que só pode ser verdadeiramente crente aquele que num processo longo, duro, de grande combate, foi derrubando os ídolos. E, nesse sentido, que passou pelo ateísmo
[Dostoievski também disse isto não disse?] (...)
Apetecia-me continuar a citá-lo - livre-me deus de passar a ser crente – mas parece-me já suficiente como mensagem de boas vindas a 2008.